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terça-feira, 22 de junho de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

E POR FALAR EM AMIGOS - PARTE II

Rodrigo, conheci durante uma prova de desenho, no curso de Engenharia.
Sala com cem alunos. Tipo auditório. Bancadas contínuas. Cadeiras com assento basculante, em madeira escura, como os cinemas antigos.
Loiro, sorriso espremido pela timidez em exibir o aparelho ortodôntico.
tentava elaborar a perspectiva de uma peça mecânica, sem conseguir diferenciar, nos dois esquadros, os ângulos de 30, 45 e 60 graus.
Inutilmente, procurei avisá-lo que estava usando o aparelho errado. Não tirou uma boa nota, é verdade.
Nos aproximamos, ao descobrirmos ser da mesma cidade.
Morava sozinho, em uma apartamento de três quartos na Rua Senador Vergueiro, próximo do Cinema Estação Paissandu, no Flamengo.
Obsessivo por sua aparência, descobriu que a genética familiar estava lhe presenteando com belíssima careca. Por conta disso, testava toda a sorte de xampús e produtos para reforço do telhado.
Sua mãe e tia eram renomadas professoras de literatura e ele, como bom herdeiro, gostava de ler e escrever.
Inteligente, criativo, humor cáustico. Daria um bom arquiteto, se soubesse desenhar. Ao menos, a diferença entre os ângulos dos esquadros ...
Me apresentou ao Chun-I. Juntos, passamos o primeiro Reveillon no Rio de Janeiro.
Jogávamos boliche em São Conrado, numa pista semi-automática - um cara ficava empoleirado sobre os pinos e descia pra arrumá-los, depois que a bola passava.
Às vezes, a diversão era ver quem acertava as canelas de tal funcionário.
Aprendemos juntos a gostar de filmes alternativos. Peter Greenaway, Jim Jarmusch, Zhang Yimou ...
Deixei de admirar os Rambos da vida.
Aprendi, também, os caminhos da literatura. E do rock. Conheci Alan Poe, Robert de Musil, Borges, The Smiths, The Police e The Cure.
E, mais tarde, Jean Michel Jarre, que não fez minha cabeça, com seus acordes de teclado repetitivos.
Talvez, através de uma de suas inúmeras e rápidas paixões. Talvez a Emília, não sei.
Certa vez, havia tomado um " pé " e me ligou convidando para ir ao cinema, para espairecer.
Escolhemos um filme europeu, que passava em cinema do São Conrado Fashion Mall, o qual nunca havíamos conhecido. Dezoito horas. Meio da semana. Nada melhor para esquecer uma dor-de-cotovelo ( ? ).
Só esquecemos do engarrafamento, típico do horário. Praia de Botafogo. Aparentemente todos os carros do Rio de Janeiro queriam fazer o mesmo percurso.
Logo de cara, um carro com duas garotas parou ao nosso lado: Sorriso e aceno desconfiado pra lá. Sorriso e aceno sem graça pra cá.
O importante é que havia dado certo. No meio do caos de trânsito, companhia para uma noite pouco promissora ...
- Beleza, mandou bem!
Ele olhando fixo, meio triste, para o pára-brisas:
- Conheço, é minha ex-namorada ...
Não havia tido tempo para conhecê-la, bem verdade. Mas não seria possível. Quais as chances, na cidade do Rio, meio do engarrafamento infernal. Tantos carros podiam parar ali, ao lado. Justo este?
- Tá brincando, que ex-namorada?
- Aquela, que tô tentando esquecer. Pela qual saímos hoje ...
E ficou aquela situação constrangedora. Carro passando na frente. Outro encostando do lado ...
Uns quinze eternos minutos depois, nos livramos, pelo caminho mais bonito - Avenida Niemeyer. Marzão ali pertinho ...
Enfim chegamos. Baixo astral ameaçando nosso programa. Ele, totalmente silencioso. Pouco antes das luzes apagarem.
Uns dez minutos depois, já no escuro, duas meninas entraram, falando alto.
- Que saco! Não bastasse chegar atrasadas, precisam atrapalhar quem vê o filme?
Ele, ainda mais triste:
- Não é possível, são elas ...
- Não é possível, eu que digo. Sua paranóia não está além dos limites?
Quais as chances delas escolherem o mesmo filme, horário, cinema, no meio de uns oitenta?
Fomos seguidos? Ela queria se deliciar com a tristeza do meu amigo?
Nunca soubemos. Mas eram, mesmo, elas.
Terminou a seção e, como a entrada era por trás e saída pela frente, teríamos que passar por elas que, por chegarem atrasadas esperariam pelo início da próxima sessão.
Esperamos, então, abaixados, pelo apagar das luzes, para podermos sair de tal situação incômoda. O que não se faz por um amigo ...
Fomos, depois, a um bar, bem longe dali. Coincidências demais por uma noite.
Ele não parava de se lamentar. Eu, não fui muito boa companhia. Não conseguia parar de rir ...
Era sonâmbulo. Levantou, um dia, achando que estávamos atrasados pro show do Sting, no Maracanã. Ligou pro Chun-I, às cinco da manhã, perguntando pelos ingressos.
Este, achando se tratar de mais uma brincadeira, xingou até sua quinta geração.
Fomos todos ao show, umas duas semanas antes ...
Tomamos uns bons porres juntos. Em um deles, pleno meio de semana, secamos uma garrafa de Wiborowa, vodka polonesa que levava de Manaus, quando vinha de férias. Acordei com meu copo dentro do sapato.
Ainda assim, no outro dia, nos arrastamos até a faculdade.
Em outra vez, ao chegarmos em meu apartamento, umas duas da manhã, resolvi que faria minha primeira lazagna. Todos famintos. Eu, Chun-I e Rodrigo.
Já tinha comprado os ingredientes. Todos de primeira. E a receita, havia pedido a uma velhinha na fila do supermercado, Sábado à noite. Nossa estratégia para não passar fome. Eram muito solícitas. Explicavam tudo muito pacientemente. E no horário que tínhamos livre.
Camada de massa, presunto defumado, queijos, molho, até o topo do refratário. Papel alumínio envolvendo. Forno pré-aquecido por ... não sei quantos minutos!
Havia esquecido de perguntar. Mas não devia ser problema! Era só espetar o garfo. Quando estivesse mole, tava pronta!
Uma, duas, três espetadas. Uma, duas, três da manhã! E não ficava pronta. Algum defeito na massa!
Como a fome já estava insuportável, foi desse jeito mesmo. " Meio " dura. Rodrigo até repetiu!
Na segunda vez que fiz lazagna, fui ler o " manual de instruções" do pacote. Logo no início, dizia: " Cozer a massa em água abundante ... "
Como assim, cozer a massa? ...
Formou em Engenharia de Produção, seis meses antes de mim. Eu, fui pra Arquitetura. Me aperfeiçoei nas massas, desde então. Ele, dá aulas na mesma faculdade que eu.

E POR FALAR EM AMIGOS - PARTE I


Bem, uns dois anos antes de terminarmos a faculdade, Chun-I chamou a gente pra uma festa em Santa Teresa. Não pudemos ir, pois estávamos em época de provas. Ele foi só. Na volta, sofreu um acidente. Fraturou umas vértebras e ficou paraplégico. Os primeiros tempos foram duros. Havíamos feito amizade na engenharia. 
Quase sempre dormíamos em sua casa, em Copacabana. Até deixavam os colchões no corredor. Dormíamos até o meio dia.
Ele tinha três irmãs, que ficavam empilhadas no menor quarto do apartamento. Ele, como único filho homem de família chinesa, no maior. Maior até que o dos pais.
Chamava uma delas e mandava descer pra comprar comida pra gente. Com o dinheiro delas. Ficávamos com vergonha. Pelo menos, que aceitassem o reembolso, mas ele ficava com tudo tudo.
Como a família toda só falava chinês entre si, pensávamos que não soubessem falar português. Ao menos a mãe. Isso fez com que nos sentíssemos à vontade pra falar certas barbaridades com a certeza de  não sermos compreendidos. Algum tempo depois, com toda a sua calma oriental, ele nos disse que sua mãe falava português. E muito bem.
Outro problema que tivemos, foi com a irmã mais nova, de quinze anos, Chaun Men. Ou coisa parecida. Não sei como se escreve, mas pela sonoridade, passamos a chamá-la assim, também. 
De novo, em situação difícil: " O nome dela não é Chaun Men. Ela nasceu no Brasil e se chama Liliane ". 
Ora, há anos frequentávamos a casa e nunca a ouvimos ser chamada de Liliane. 
" Chaun Men é apelido! Quer dizer Neném que faz cocô fedido! ". Tão bonita a menina e a gente chamando ela desse jeito!
Abrir a geladeira era uma experiência sensorial. Uma mistura de cheiros. Um monte de coisas que nem sabíamos direito o que era. Era difícil até mesmo beber água. Na sala, um altar para Buda, entidade feminina, cheia de oferendas já passando um tanto do prazo de validade. È, eu também não sabia que o Buda chinês era mulher. 
Às vezes tinha um varal de peixe secando. No meio da sala! Dois cabos de vassoura, uma corda de nylon e alguns pregadores de roupa. Sempre nos ofereciam peixe pra comer. Nunca conseguimos aceitar.
Um dia, chegando da farra, havia um colchão de casal e um de solteiro. A cama da mãe dele tinha quebrado e ela pegou um dos nossos, sem autorização. No par ou ímpar, perdi pro Rodrigo e fui dormir no colchão de casal, bem mais espaçoso.
Não tinha sido um mau negócio, até ela abrir a porta do quarto e me pegar espalhado na cama dela. Até acho que ela não se importou. Eu, quase me enfiei debaixo da mesa do computador.
Wu Chun-I ( família, na frente ) era hacker. Vendia programas piratas pela internet. Ficávamos horas nos chats pré internet, falando com um monte de gente desconhecida. 
Quarto cheio de parafernália tecnológica, no meio daquela tradição oriental. Uma guitarra, que nunca tocou.
Parecia o Garfield. Meio gordinho, preguiçoso. Das melhores almas que conheci. 
Nunca tinha visto ele triste, de cara fechada. Até o dia em que fomos visitá-lo no hospital. Lá, eu vi o médico falar pra mãe dele que podia alugar uma cama de hospital. Mas a cadeira de rodas, era melhor comprar ... Aquele filho da puta!
Nos primeiros dias, ficávamos falando sozinhos. Ás vezes, só pela companhia. Ele não dizia nada, imerso nos seus pensamentos. Até que foi melhorando e voltando a sorrir.
Certo dia, estava com outro amigo que eu não conhecia no quarto dele. Seus pais iam pedir comida japonesa e nos ofereceram. Nunca tinha provado. Aceitamos sem pensar duas vezes. 
Meio desconfiado, comecei pelos empanados. De frango e camarão. Paladares conhecidos. Fui passando pro sushi e sashimi. Comi, mas não gostei. Sem sabor. Preferia a comida chinesa, com seus molhos gordurosos e cores exuberantes.
O outro cara foi mais curioso. Tinha, no canto do prato, uma espécie de areia, de cor meio esverdeada. Ele pegou um tanto com a ponta dos dedos e jogou na boca. Imediatamente os olhos se encheram de lágrimas e ele saiu correndo pro banheiro. Voltou reclamando. 
Chun-I deitado na cama, levantou a cabeça, deu uma olhada e voltou a deitar: " Isso que você comeu é raiz forte. Se mistura um pouquinho no shoyo e mergulha o sushi ". Pimenta concentrada! " Ah, e o matinho que você comeu, era só enfeite... ".
Ficou de bem com a vida. Tanto que comeu a enfermeira que o acompanhava e teve um filho com ela. Não me pergunte como. Eu mesmo não tive coragem. 
Passamos nosso primeiro Reveillon no Rio, no restaurante da família dele. Avenida Atlântica, Praia de Copacabana, esquina com Princesa Isabel. Do outro lado, o Hotel Meridien. 
Queria lugar melhor? Os fogos chovendo sobre nossas cabeças. De vez em quando, caía um sem estourar no meio da multidão e saía todo mundo correndo. 
A gente com garrafa de espumante na mão, ou cidra. Terminei a noite tomando banho de cuecas no meio de um milhão de pessoas. Até hoje, não sei como tive coragem.
Max era o ser mais inteligente que conheci. Ao menos, ele pensava assim.
Discorria sobre todos os assuntos imagináveis, na maior cara-de-pau. Era tão seguro do que falava, que não ousávamos sequer questioná-lo.
A namorada dele era a mais bonita. Tinha o melhor emprego. Gostava das melhores bandas. E fizera a melhor faculdade. Max, the best.
Estudou informática na PUC. Trabalhava na IBM. Namorava a Eugénia. Portuguesa, com acento agudo no " e ". Varávamos noites jogando gamão e bebendo whisky. Às vezes, rodadas de poker. Havia conquistado o emprego de seus sonhos, analista de sistemas da IBM. Trabalhava de terno preto.
Adquiriu certo respeito por mim. Nunca se fez de superior. Me tratava de igual pra igual. 
Ele colocava em discussão a maneira certa de se equilibrar no metrô ou como deveria fazer pra picar uma cebola e obter a menor quantidade de cortes. Vidas solitárias.
Com o passar do tempo, tornou-se mais humano. Deixou de ser superior a todos. Víamos juntos as lutas de boxe do Tyson, em pleno auge. 
Uma vez, fui até o apartamento dele. Metade do prédio sem energia. A metade onde estavam os elevadores, claro. Doze andares, no escuro. Cheguei a tempo de ver o início. Não vi o final, pois fui na cozinha pegar uma cerveja. Quando voltei, mais um nocaute.
Apaixonou-se pela sua chefa na empresa. Mulher separada, uns dez anos mais velha. Nunca iria olhar pra ele. Ao menos, o que pensávamos. Até que conseguiu. Mulher e emprego que desejava. Estava feliz. 
Um dia, me chamou pra sair e comer alguma coisa. Fomos a uma boate da moda na Barra da Tijuca. Ficamos bebendo e olhando a luta de boxe no telão. Estranhamente triste, apesar de tudo. Na volta, paramos no pizza hut. Depois, ele me deixou em casa.
Éramos todos tão amigos, que sempre sabíamos do paradeiro um do outro. Morávamos perto. Flamengo e Catete. Até o Chun-I já tinha se mudado pra lá. O único que morava com a família. No outro final de semana, eenchemos a secretária eletrônica com mensagens não retornadas. Descobrimos que havia ido pra Manaus. Tirou férias e viajou. Sem se despedir. Sem falar nada.
Não íamos na esquina sem que os outros soubessem. Veio pra Manaus e contraiu meningite. Quando soubemos, já havia sido sepultado. Doença daquelas sem velório. Pertences queimados. Parentes em quarentena. Vinte e cinco anos de idade . Dizia que iria morrer cedo. Do coração. 
Acertou, pelo menos, em parte.

DO MESMO POETA GALÊS ...

Eu era um solitário andarilho noturno e um viciado em esquinas. Apreciava caminhar pela cidade úmida depois da meia-noite, quando as ruas estão desertas e as luzes apagadas nas janelas. Sozinho e atento nos trilhos luzentes da high street morta e vazia ao luar, gigantescamente triste, na rua molhada perto da fantasmal capela Ebenzer. E jamais me senti tanto uma parte intrínseca do remoto e onipresente mundo, ou mais cheio de amor, arrogância, piedade e humildade, não somente por mim mas pela terra viva, na qual eu sofria.


O MELHOR DO MAU HUMOR

Não posso acreditar num Deus que quer ser louvado o tempo todo.
Nietzsche ( filósofo alemão 1844 - 1900 )
Um homem bem educado, é aquele que nunca fere os sentimentos dos outros - sem querer.
Oscar Wilde ( escritor inglês 1856 - 1900 )
É fácil ser gentil com as pessoas  a quem não damos a mínima importância.
Oscar Wilde ( escritor inglês 1856 - 1900 )
O amor é quando começamos por enganar a nós mesmos e terminamos por enganar a outra pessoa.
Oscar Wilde ( escritor inglês 1856 - 1900 )
Deve-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência.
Oscar Wilde ( escritor inglês 1856 - 1900 )
O amor é insanidade passageira, curada pelo casamento.
Ambrose Bierce ( escritor americano 1842 - 1914 )
Um excesso de vez em quando é ótimo. Impede a moderação de se tornar um hábito.
Somerset Maugham ( escritor inglês 1874 -1965 )
O fanatismo consiste em redobrar os esforços quando se esquece os objetivos.
George Santayana ( escritor americano 1863 - 1952 )
É possível amar um ser humano, desde que você não o conheça muito bem.
Sócrates ( filósofo grego 470 - 339 a.c. )
Se o homem tivesse criado o homem, teria vergonha de sua obra.
Mark Twain ( escritor americano 1835 - 1910 )
O poder corrompe. O poder aboluto corrompe absolutamente.
Lord Acton ( historiador inglês  1834 - 1902 )
O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele. O psiquiatra, cobra o aluguel.
Stephen Leacock ( economista canadense 1869 - 1944 )
De quanto mais um homem se envergonha, mais respeitável ele se torna.
Bernard Shaw ( escritor irlandês 1856 - 1950 )
Todas as religiões são fundadas sobre o temor de muitos e esperteza de poucos.
Stendhal ( escritor francês 1783-1842 )
O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo.
Bernard Shaw ( escritor irlandês 1856 - 1950 )
O sentido da vida é que ela acaba.
Kafka ( escritor theco 1883 - 1924 )
A virtude não passa de tentação insuficiente.
Bernard Shaw ( escritor irlandês 1856 - 1950 )

Interessante coletânea sobre o assunto, editada há mais de quinze anos ...

DYLAN THOMAS, poeta galês

Queimado pelo bestial remorso
Do malogro da força desejada,
Mais a luxúria por minha morta amada.

Agora poderia eu levantar
Dela o corpo morto e negro,
Apenas meu,
E ouvir-lhe o alegre ranger dos ossos
E nos olhos ver-lhe a fatal chama

Agora poderia eu despertar
Para a póstuma paixão e provar
A ruptura do ódio, os despojos romper
Do corpo, quebrar-lhe o morto,
O negro corpo, quebrar.

Um dos tantos atormentados que gosto. Em sua homenagem, o nome de um certo cantor folk, Bob ...

EPITÁFIO


Pequena alma, alma terna e inconstante, companheira do meu corpo, de que foste hóspede, vais descer àqueles lugares pálidos, duros e nus, onde deverás renunciar aos jogos de outrora. Por um momento ainda contemplemos juntos os lugares familiares, os objetos que certamente nunca mais veremos ...
Esforcemo-nos por entrar na morte com os olhos abertos ...

Trecho de um livro de Marguerite Yourcenar. Não lembro qual, mas gostaria que estivesse escrito em minha lápide ...